VERBO ITINERANTE

Jan Muá

4 de maio de 2024

Nas minhas caminhadas nunca vou só

A meu lado sempre me acompanham duas nobres damas

que participam de minha vida

A mais vistosa delas, chama-se Aparência

A outra, mais realista e treinada na vida, chama-se Realidade

São duas entidades muito íntimas e concretas

E participam não apenas de minha vida biológica e psíquica

Mas são parte da vida de todos os seres do mundo...

Todos os seres detectados por nossos sentidos têm aparência e realidade.

A Aparência mostra-nos um mundo colorido

E cheio de novidades

A Realidade nos fala da variada dimensão das coisas

Diz-nos que nem tudo é igual

Que há diferenças e que é forçoso respeitá-las

São duas companhias que nos ajudam no dia a dia

Quando temos de analisar as coisas e tomar decisões

Em todas as nossas viagens pelo mundo

As duas fazem questão de nos acompanhar

E, coisa incrível, teimam em interferir em nossas decisões...

Fico pensando detidamente nisso

E concluo que se a vida autoritariamente se comporta assim com os humanos

Não temos outro remédio senão ir adiante dispostos para o que der e vier.

A  Aparência é uma gracinha...

Tem muita cor, é muito alegre e ostenta atrativos mil que a tornam adorada pelas pessoas.

Sua opinião é fundamenrtal

Em termos de essencialidade e em termos de política social

Há que usar toda a diplomacia com ela

É muito sensível

E sempre ocupa as primeiras páginas dos jornais

Merece que tenhamos orgulho na dedicação que ela tem por nós

Mesmo que não a amemos de paixão, é lógico que a aceitemos e admiremos 

Por sua participação em nossa biografia

A Realidade,por sua vez,  mostra ser mais adulta e bem mais séria

Tem uma torcida notável

Que forma o partido dos realistas

O que nos obriga a ver nela uma parceira

Que nos força a encarar a vida em sua radical significação...

Como ela faz questão de ostrentar um rosto mais sério

Não podemos deixar de ver nesse rosto um elemento influenciador em nosso comportamento social

Não é de boa política, por isso, deixar de lhe dar a mão

Importa agradecer-lhe todas as benesses

Que ela traz ao nosso viver.

Se nossa preferência for a de um estilo de vida conciliatório

Entre emoção e vida inteligente

Buscaremos com elas a via da conciliação

Democratizar dando a todos o direito de ser e de intervir

Leva-nos aos domínios da Aparência e da Realidade

Na mistura das emoções e da razão

No campo da batalha existencial

Tentaremos superar o domínio das aparências

E mergulhar de verdade no labirinto da Realidade

De pés no chão

Não haverá ser humano que de posse do conhecimento

das dimensões das aparências e das realidades

Deixe de se candidatar a ter uma vida de melhor qualidade.